
Quando se aproxima o tempo do advento, sempre bate forte em mim duas palavras: nascer e morrer. Dois misterios da vida humana. Duas constantes em nossa vida. Da mesma forma que nascemos, morremos: despidos de tudo.
é na simplicidade que nasce a vida, na ausencia do superfulo, em meio ao amor, à amizade, ao reconhecimento, ao cuidado e à acolhida. Foi assim o nascimento de Cristo: em uma manjedoura, numa estrebaria... Total desapego, simplesmente deixou-se a vida brotar, nascer.
E de forma inesperada a morte surge, e com ela tantas incompreensoes, pois a vida chega ao seu fim... A alegria do nascer transformar-se na tristeza do morrer e na esperança do Re-encontro, do face-a-face... e a morte provoca-nos a mudar, a transformar, a buscar...
Nesse tempo de Advento, é interessante trazer essas duas dimensoes a nossa vida pessoal. Ir a manjedoura da nossa existencia e deixar brotar a vida que aprisionamos: nossos sonhos, nossos sentimentos, nossos objetivos... acolher tudo isso com amor e proporcionar um espaço para que nasçam... Ao mesmo tempo, deixar morrer aquilo que impede a vida nascer: nossos vicios, luxos, teimosias, orgulho, rancores...
O Exercicio é desafiador, pois, ir a manjedoura, é encontrar-se consigo mesmo e com o Outro. é livrar-se de mascaras, é libertar-se do medo e aceitar-se. Mas o encontro é extasiante, pois sentir a vida nascendo em nos é simplesmente indescretivel... E o melhor de tudo é percebermos que o SER sempre é maior que o APARECER!
Neste Natal, entoamos a Deus, cantos de Louvor e agradecimento pela vida e que o Menino Jesus provoque muitos "nascer" e "morrer" em nos.
3 comentários:
Morrer para nascer foi um dos ensimamentos do "guri" mais famoso de Nazare: se o grao de trigo nao morrer, nao produzira fruto...
A morte eh o caminho natural de renovacao das especies. O novo individuo que nasce substitui aquele velho e fragil que declina. Mas o mais legal eh q isso tambem pode acontecer dentro de cada um de nos...
Querida, você aborda questões cruciais que fazem parte da nossa dor de viver. Transformar a dor de viver em felicidade é o que nos move, principalmente nesta época do ano. Gostei do seu texto por que encerra grande profundidade espiritual. Para mim, está se tornando difícil escrever sobre o Natal, pois quando tento fazê-lo, vejo crianças demais postadas em filas de benemerência, para conseguirem alguma coisa que sobra na casa de outras crianças. Vejo essas mesmas crianças sem o direito de deitarem para sonhar com o Papai Noel, pois podem, no máximo, descansar do calor e do cansaço das filas que enfrentaram. Bem que eles gostariam que alguém lhes dissesse: se você for bonzinho o Papai Noel vai trazer presentes - enquanto outros não têm nem idéia do que vão pedir, por terem demais. Este ano vou brindar, comer, festejar, recarregar baterias para que, no ano que vem, eu consiga me empenhar com mais competência na busca da felicidade, da minha e da de todos, de todos.
Menina, muito boa e profunda essa sua reflexão para esses dias das festas natalinas!
Se não conseguirmos abrir nossos olhos e nos aproximar de tantas crianças e jovens que não conseguem festejar o nascimento desse "guri mais famoso de Nazaré", como disse o amigo Moa, ainda estaremos longe de entender e viver o recado que ele nos trouxe com seu Natal! Será assunto para reflexão e oração nos dias do retiro que farei com meus coirmãos missionários lassalistas cá da Beira, Moçambique, nos dias 26 a 31 de dezembro, em Marera, interior de Chimoio, capital da vizinha província de Manica!
Grande abraço e beijinhos!
Fico no aguardo de outros textos seus para nosso enriquecimento cultural e espiritual!
Postar um comentário